Há uma dicotomia grande na visão de qual é o papel da Igreja neste mundo. Já houve tempo em que não se imaginava uma Igreja sem um trabalho atuante junto aos pobres, aos mais fracos, aos excluídos. E isso não foi somente no início da história da Igreja, mas no início do século passado (séc. XX). O movimento social dentro da Igreja era muito forte. Tão forte que, em alguns casos, exageraram ao imaginar que era este e somente este o papel da Igreja.
Como acontece com todo movimento, e principalmente quando se extrapola numa visão específica, surge um movimento contrário e que ganha intensidade e adeptos. E exatamente isso surgiu. Um movimento oposto, em que não era mais a diakonia o papel da Igreja, mas o kerigma, ou seja, a pregação do Evangelho tão somente. Cremos que estas são visões extremas e equivocadas.
O que se questiona hoje é o que Paulo fala em Gál. 2:10 onde revela o pedido dos Apóstolos para que se lembrasse dos pobres, quando de seu ministério entre os gentios. E eles estão entre nós e, não poucas vezes, culpamos o Governo. Mas e a Igreja? Será que isso será delegado a outros seguimentos religiosos?
Felizmente surge o movimento de Missão Integral no Brasil, onde engloba-se kerigma e diakonia, proclamação e serviço. Um depende do outro e um não pode viver sem a ação do outro. Talvez aqui o exagero, anos atrás da Teologia da Libertação. E lembro-me de um papo com o pr. Ariovaldo Ramos da Visão Mundial, onde ele, que fora membro atuante na Teologia da Libertação, afirmou que foi o equilíbrio que o fez rever a caminhada. E hoje é um dos defensores da Missão Integral. E o movimento vai ganhando força nas igrejas. Não mais a “famosa” distribuição de cestas básicas (como para minimizar as crises de consciência), mas envolvimento de todos para mudar a realidade das comunidades onde a Igreja está inserida. Ação mesmo, gente e recursos investidos no trabalho.
E a pergunta de hoje, além do título deste post é: Se a igreja que você faz parte fechasse as portas hoje, que diferença isso faria para a comunidade onde ela está inserida?
Eu iria mais longe (tão longe pra onde nem eu mesmo consigo ainda chegar): Independente da sua igreja, que diferença nós, como cristãos, fazemos para as comunidades onde vivemos e passamos?
Os cristãos pensam de forma muito dependente da igreja (instituída), como se ela fôsse a via da misericórdia para a qual nós apenas fornecemos os recursos, e desta forma, fugimos da responsabilidade de praticar a misericórdia pessoalmente, indo até o necessitado e demonstrando o amor de Cristo sem falar em nome de instituição alguma.
Com certeza, ao entender este mistério, o cristão estará apto a fazer “discípulos”, pois era assim que Jesus fazia.
Eu criei um post no meu blog entitulado “O verdadeiro ‘Ide’…” onde falo a este respeito.
Repito: apesar de tê-lo escrito, eu mesmo preciso aprender a vivenciar isso.
Parabéns pela sua visão moreira. Faço coro com você.
Que Deus o abençoe.
Muitooo bom o post 🙂
Esse questionamento temos feito tooodos os dias: Se a igreja que você faz parte fechasse as portas hoje, que diferença isso faria para a comunidade onde ela está inserida?
Não apenas reflectivo, mas que seja de ação, e reação!
A “igreja” de Jesus não pode perder o foco: pregar a Palavra de salvação!
primeiramente, a paz a todos. Evangelista, demais irmãos que estão postando. A pergunta ao final do texto realmente merece uma grande reflexão por parte de nós que nos dizemos cristãos aos dias de hoje. Como foi colocado, a “igreja” que se refere é a física, o templo erguido em uma determinada localidade, comunidade. Como sabemos e vemos isto muito claro, poucas são as que realmente se preocupam com o povo ao sue redor, com alguma modificação na comunidade aonde está baseada. Assim, do ponto de vista humano, acredito que nenhuma repercusão viria a ter o encerramento das atividades, diga-se de antemão, atividades estas dedicadas, ou não, a pregação da Palavra. Há muito tempo existiu um homem, um teologo que dizia que a pregação da Palavra deveria ser feita muito mais através de nossas ações do que da Palavra. Como a bilbia nos demonstra, Jesus não parava quieto em um único lugar. Movimentava-se pelas cidadelas e pregava nas sinagogas. Mas nelas não permanecia e saia pelas ruas “pregando” a boa nova através de suas ações, das curas, dos perdões, de um simples cumprimento. Jesus não se prendia a “pregar” tão somente por palavras. As ações diziam muito mais. De fato, muita coisa mudou da época de Cristo para ca. A começar pela preocupação para com a “Igreja” que restou as mulheres enquanto os homens ficam “cuidando” de suas árduas terefas como jogar bola, ir ao maraca, passear com a familia, etc. Por isso vemos mais mulheres dentros das igrejas do que os homens, sendo que eles foram os precursores das reuniões. Mas isto é passado. Resta-nos a cada dia o esforço de tentar resgatar isto. Mas é muito trabalho de evangelização e que não pode ser feito por palavras, mas muito mais por ações. Mas a questão maior da problematica enfrentada hoje pelas igrejas, do meu ponto de vista, é justamente em relação aos seus membros. Ontem escutava a pregação do pr. da igreja de minha esposa e ele falava sobre intimidade com Deus e a falta de fé. Sobre a “horizontalidade” com que o fiel se coloca na vida, em atitude de larmuria, de lamentação, se esquivando de Deus. Mas se dizendo “cristão”. Lembro quando garoto de frequantar grupo jovem que aos 2ºs domingos do mês , em duas celebrações pela manha e uma a noite, ao redor do altar ficava tomada por sacolas de alimentos. A igreja que eu frequentava ficava perto de uma comunidade que tinha pra lá de 300 familias inscritas. Hoje, com pesar, vejo, não só na minha igreja que frequento, mas também na da minha esposa e outras que costumo visitar, que a contribuição para o alimento e vestir dos necessitados são cada vez mais escassos. Uns se esquecem de levar, outros alegam falta de tempo de ir a um mercado comprar os mantimentos, outros nem se importam e dizem isto em alto tom. Essas desculpas somente nos revela que o homem perdeu sua fé. Trata-a com banalidade. Vão ao culto, as missas, somente para “beber” da Fonte, acreditando estarem cumprindo suas “árduas” obrigações, sem se aperceberem o quanto estão desagradando a Deus. Isto é o que precisa ser mudado. Isto é o que se precisa chamar a atenção, pois esta “Igreja”, esse templo de Cristo que somos nós mesmos, já se encontra “fechado”. Encerrou as atividades. Já não participa da vida comunitária. Nós é que precisamos voltar a ser “igreja”, precisamos vivenciar a Palavra, pregar com nossas atitudes, independente de um templo fisico. Precisamos voltar as nossas raizes, aos primórdios da igreja universal e resgatar essas origens, esses valores. Ontem escutava um louvor, acho que do fernandinho, que dizia: “Meu Deus é Soberando. Se o meu coração parar de bater, ele sopra em minhas narinas e me traz de volta a vida”. Acho que é isso que temos de pedir a Deus nos dias de hoje. Que Ele sopre em nossas narinas o dom da vida, a alegria de ser igreja, de ser cristão, de pregra o evangelho por meio de nossas ações, de não nos esquecermos quem somos. Desculpe-me pelo tamanho do texto, mas quando vi a materia vi que tinha algo a dizer aos irmãos que por aqui passassem. Abraços a todos e que Deus nos abençoe sempre.
Muito bom seu comentário, José Augusto. Eu mesmo tenho debatido muito esta questão da decadência da igreja (instutuição) no meu blog, fica o convite a todos para participarem deste “debate”: http://eisocristo.wordpress.com
Com isto eu espero dar uma sacudida na igreja moribunda, talvez ainda haja tempo para despertar.
Sirlene, como o o José Augusto comentou, e eu também falei a respeito no meu post “O Verdadeiro ‘Ide…'”, pregar o evangelho é algo que transcende a leitura da palavra e o sermão do púpito. Leia e confira: http://eisocristo.wordpress.com/2010/02/27/o-verdadeiro-ide/
Moreira, tambem criei um blog chamado “O Papel da Igreja”, passe por lá.
Concordo com o posicionamento de cada irmão, este assunto vai longe, então gostaria de resumir minha opinião citando apenas alguns versículos que se encontram no livro de Tiago que diz: De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?
Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia
e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso?
Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.
Tiago 2:14-17. Alguém vai me perguntar: e porque vc não faz a sua parte? tentei conscientizar a igreja que frequento para esta prática de serviço social e fui censurado pelo presidente do ministério que têm como prioridade a construção e reforma de templos, então decidi reter parte dos recursos financeiros que contribuía para os templos a fim de convertê-los em alimento para os menos favorecidos. Por conta disso perdi a credibilidade do presidente, porém acredito que minha atitude seja louvável ao Deus das infinitas misericórdias. Sei que igual a mim existem vários em seus lares a procura de uma comunidade que de fato pratique a verdade bíblica na essência. A igreja primitiva nunca ficou rica de bens materiais porque ela repartia com os menos favorecidos.